O que é a meningite, causas, sintomas e tratamento da meningite. Classificação da meningite, nomeadamente meningite viral e meningite bacteriana.


Meningite bacteriana

Nos países em desenvolvimento, as meningites bacterianas caracterizam um grave problema de saúde pública, por sua alta mortalidade, alta prevalência (especialmente em crianças) e seqüelas muitas vezes irreversíveis. Tais características exigem um profundo conhecimento de sua fisiopatologia e identificação de sinais e sintomas precoces para que o diagnóstico e tratamento melhorem este panorama.
Qualquer bactéria pode causar meningite bacteriana, porém avaliações mostram que os maiores responsáveis pelas meningites bacterianas são Haemophilus influenzae, Streptococus pneumoniae e Neisseria meningitidis. Na seqüência, tem-se estreptococo do grupo B e a Listeria monocytogenes. Agentes como enterobactérias e estafilococos acometem pacientes onde há deficiências no sistema imunológico, como na fase inicial ou final da vida.
Os tipos de bactérias que provocam a meningite estão relacionados com a faixa etária. Nos recém-nascidos, os estreptococos e os bacilos gram-negativos são os principais causadores da meningite. Na criança até cinco anos, predominam o Haemophilus Influenzae, o pneumococo e o meningococo. Dos cinco anos até a fase adulta predominam o meningococo e o pneumococo.
Os principais tipos de meningite podem ser classificados de acordo com o seu agente etiológico:
  • Meningite meningocócica – de ocorrência mundial, apresenta alta gravidade. Causada pelo meningococo Neisseria meningitidis, um patógeno respiratório que causa infecções endêmicas e epidêmicas.
  • Meningite causada pelo Haemophilus Influenzae – doença comum, prevalecendo em lactentes e crianças menores de cinco anos. Mais de 50% dos casos ocorrem em crianças menores de 2 anos e 90% deles em crianças menores de 5 anos. Em países onde a vacinação contra esta bactéria é generalizada, a incidência é desprezível, mas continua sendo uma doença importante nos demais países.
  • Meningite pneumocócica – causada pelo pneumococo Streptococcus pneumoniae, preocupa pela freqüência e alta taxa de letalidade e morbidade (20 a 30% de morbidade e 10% de mortalidade). Estas infecções predominam nos primeiros anos de vida e são freqüentemente acompanhadas por infecções pulmonares, otites e sinusites. Apesar da resistência bacteriana à penicilina, a letalidade pode ser reduzida com imunização, usando vacinas conjugadas contra os sorotipos mais freqüentes;
  • Meningite estafilocócica – o estafilococo raramente causa meningite, mas pode ocorrer como resultado de furúnculos no rosto, de infecção estafilocócica em outras partes do corpo ou ainda como uma complicação da trombose do seio cavernoso, de um abscesso epidural ou subdural, ou de procedimentos cirúrgicos.
  • Meningite estreptocócica – com baixo índice de incidência, esse tipo de meningite ocorre como secundária a algum foco séptico, principalmente nos seios nasais ou mastóideo. 70% das meningites bacterianas causadas em crianças com menos de um mês de idade é causada pelos estreptococos do grupo B.
  • Meningite tuberculosa – de evolução lenta, este tipo de meningite é muito comum em crianças e recém-nascidos que residem em regiões com alto índice de tuberculose.
A meningite purulenta aguda é causada por quase todas as bactérias patogênicas, e a subaguda pelo bacilo da tuberculose ou por organismos micóticos.
Independente da bactéria causadora, a meningite purulenta aguda tem substrato patológico, sintomas e evolução clínica semelhantes.