O que é a meningite, causas, sintomas e tratamento da meningite. Classificação da meningite, nomeadamente meningite viral e meningite bacteriana.


Meningite fúngica

As meningites causadas por agentes fúngicos podem ocorrer como infecções oportunistas ou surgir em hospedeiros imunocomprometidos (diabetes, doença maligna, terapia iminossupressora ou AIDS). Os agentes patológicos habituais são:
Cryptococcus neofarmans, Coccidioides immitis, Candida albicans, Aspergillus spp, Histoplasma capsulatum, Blatomyces e Mucor spp. A meningite crônica pode ser causada por fungos dos gêneros Coccidioides e Candida.
O diagnóstico feito por exame de LCR mostra pleiocitose mista, com predomínio linfocítico, níveis elevados de proteínas, níveis de glicose normais ou ligeiramente diminuídos; coloração de tintura da Índia pode identificar Cryptococcus; geralmente cultura positiva para fungos e teste de aglutinação com látex para antígeno criptocócico sensível para este organismo.
Devido a variabilidade clínica e patológica, a resposta à meningite criptocócica depende do estado imunológico do paciente. Os criptococos do LCR podem provocar desde uma resposta inflamatória trivial, mesmo com grande número de organismos nos espaços subaracnóide e perivascular (pacientes com depressão de imunidade) até meningite crônica acentuada. A evolução clínica pode ser indolente por meses ou anos, ou pode ser fulminante ou fatal em duas semanas.
Geralmente, a meningite fúngica causada por Mucor e Aspergillus leva à inflamação e necroses locais e o desbridamento cirúrgico pode ser necessário. A meningite crônica resulta da reação inflamatória contínua no espaço subaracnóide e a fibrose aracnóide pode causar hidrocefalia; a endarterite obliterativa pode resultar em isquemia ou infarto do encéfalo que depende da artéria ocluída, com resultado catastrófico como na oclusão da artéria espinhal anterior.
Hidrocefalia, paralisia dos nervos cranianos, arterite com infarto cerebral e formação de abscessos são algumas das complicações descritas para a meningite fúngica).
Biópsia, cultura de tecidos ou sorologia são métodos confiáveis para diagnóstico de infecções fúngicas intracranianas.
A base do tratamento das infecções fúngicas é a anfotericina B, seguindo protocolo bem estabelecido em função de sua alta incidência de toxicidade, com 1 mg por dia, dobrando-se a dose diariamente até alcançar 16 mg/dia, para alcançar a<dose terapêutica de 0,5 a 1,5 mg/kg por dia. Fluocitosina,<miconazol, cetoconazol e fluconazol são efetivos anti-fúngicos.
Todos os grupos etários são susceptíveis à infecção fúngica. A cura<permanente é exceção, com mortalidade comum, especialmente nas infecções nãocriptocócicas<(50-90%) e os pacientes com infecções criptocócicas normalmente precisam de tratamento por toda a vida.